– Não sou linda – disse ela.
– Para mim, é. – Chris colocou-a entre as pernas dobradas, encostada no peito dele e enlaçou-a. O céu parecia pesado de estrelas e o instante ficou de repente pontilhado de pequenas coisas que Emily sabia que iria lembrar para sempre: as cócegas que os cabelos de Chris faziam em sua nuca; o calo liso que ele tinha na parte interna do dedo médio; as luzes do jipe piscando e formando uma sombra vermelho-sangue na grama.
Chris aninhou-a nos braços. – Você já leu o capítulo de Ciência?
– Que romântica essa pergunta. – riu Emily.
Chris riu também. – É um pouco romântico mesmo. O artigo diz que a estrela é apenas uma explosão que ocorreu a bilhões de anos. E só agora a luz dela está chegando até nós.
Emily apertou os olhos para o céu, pensando. – E eu achando que estrela era uma coisa para a gente fazer desejos.
Chris sorriu. – Mas acho que também pode fazer.
– Faça primeiro você, então. – disse ela.
Ele apertou os braços em torno dela, dando a conhecida sensação de ter a mesma pele de Chris, como um manto quente ou uma barreira de proteção, talvez até como um segundo eu. – Meu desejo é que as coisas continuem assim… como agora… para sempre – disse ele, baixo.
Emily virou-se nos braços dele, cóm medo de desejar e com mais medo ainda de perder aquela oportunidade. Estava com a cabeça de lado, de forma que não podia olhar Chris, mas podia fazer que as palavras caíssem nos lábios dele. – Talvez possam.
(Jodi Picoult - O Pacto)
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